DIÁRIO
DE CONCHITA
AS
VISÕES AGITAM O POVO
O
LETREIRO DO ARCANJO
No
dia 22 de junho, depois das atividades normais, à tarde as meninas foram rezar
na “Calleja” e muita gente do lugarejo também seguiu para lá, inclusive o Padre
Valentim Marichalar. Começaram a rezar o Terço às 20:30 horas e assim que
terminaram, apareceu-lhes o Anjo. A alegria foi geral e logo que as meninas
saíram do êxtase, no final da Aparição, foram levadas à casa de um senhor no
povoado a fim de descrever como o Anjo lhes apareceu. Já desde esta época,
alguns policiais, ajudavam na manutenção da ordem no local e protegiam as
meninas, levando-as para suas casas.
No
dia 23 de junho, elas procederam da mesma maneira que nos dias anteriores. À
tarde, depois de ter cumprido os afazeres e obrigações, foram rezar na “Calleja”.
A quantidade de pessoas que estavam presentes com fé ou por curiosidade, era
muito grande. Além de muitas pessoas do povoado de Garabandal, veio gente de
Cosío, Puentenansa, Rozadio e de outras localidades. E agora, quando as meninas
começaram a rezar o Terço, as pessoas também acompanhavam a reza, revelando
harmonia e fervor espiritual. As 20:45 horas o Anjo chegou. O povo acompanhava
todos os movimentos das meninas que entraram em completo êxtase, totalmente
distantes de todos e de tudo que as cercavam. Os sorrisos, o olhar de
admiração, os gestos, tudo era muito bonito e realizado com graça, dignidade e
plena naturalidade. Quando terminou a Aparição, o povo emocionado beijou as
meninas e com lágrimas nos olhos, muitos exultavam de felicidade por terem
vivido aquele momento tão especial. Desta vez, os guardas não permitiram que as
meninas fossem levadas para interrogatório na casa do Professor. Elas foram
para a Igreja e mais precisamente, para a Sacristia em companhia do Padre
Marichalar, que as interrogou uma a uma, para ver se diziam a mesma coisa ou se
caíam em contradições. Depois, ao se despedir, ele disse às meninas:
-
“Até agora, tudo parece ser de Deus, pois os depoimentos de vocês são
perfeitamente iguais”.
As
meninas ficaram mais felizes e foram para as suas casas.
Dia
24 de junho à tarde elas seguiram para a “Calleja”, como habitualmente. O
número de pessoas aumentou ainda mais e de maneira considerável. Criou um
magnífico ambiente de respeito, de fé e oração. E desta vez quando as meninas
chegaram, não houve nem tempo para rezar o Terço, porque o Anjo logo apareceu.
Embaixo dos pés dele havia um letreiro: “HAY QUE ...”. Elas não entenderam as
outras palavras. Na última linha do letreiro havia números romanos – XVIII –
MCMLXI. É uma alusão à mensagem do dia 18 de outubro de 1961.
As
meninas perguntaram ao Anjo o que significava aquelas letras, mas ele não disse
nada, apenas sorriu. Terminada a Aparição, uns rapazes do povoado colocaram as
meninas dentro de um carro e as levaram para a Igreja, a fim de evitar que a
grande quantidade de pessoas presente “as atropelasse e as sufocassem,
precipitando-se sobre elas para beijá-las”. Na Igreja, o Pároco Don Valentim
interrogou, uma a uma, porque queria saber o significado das palavras que apareceram
no letreiro do Anjo, mas elas não souberam explicar. Ele ansioso para levar as
notícias ao senhor Bispo, mandou as meninas conversarem com o Professor, com o
objetivo de ser escrito com detalhes, todo o acontecimento.
No
dia 25 de junho tinha mais pessoas entusiasmadas, vindo de muitas cidades da
Espanha. Entre elas haviam cinco sacerdotes que não acreditavam e um Professor
de Cosío. O povo local tinha construído uma área reservada com estacas e cerca,
que denominaram de “Quadrado”, onde ficavam as quatro crianças, e também,
sacerdotes, médicos e familiares, a fim de evitar que o povo em geral “se
aproximassem excessivamente e as incomodasse”. Assim, quando as meninas
chegaram, foram diretas para o local reservado. A Aparição aconteceu
normalmente. Neste dia estava presente um Professor de Cosío, que não
acreditava e dizia que tudo era comédia. Terminada a manifestação sobrenatural,
revelando a sua total descrença, ele falou ao irmão de Conchita: “Sua irmã fez
uma bela representação”. O rapaz não respondeu à provocação.
Também,
um médico que estava presente, quis fazer um teste para ver se as meninas
estavam mesmo em êxtase ou se era uma representação. Aproximou-se de Conchita,
que fervorosamente rezava o Terço de joelhos, levantou-a mais ou menos a um
metro do chão e soltou. Ela caiu batendo fortemente com os joelhos no solo,
fazendo um ruído como se fosse de uma caveira, mas continuou rezando,
indiferente ao acontecimento, como se nada tivesse acontecido. As pessoas que
observaram ficaram impressionadas e com a convicção, de que as meninas viviam
um momento sobrenatural.
Terminada
a Aparição todos queriam ver os joelhos de Conchita e ela não sabia por quê.
Eram 20:30 horas e a seguir, as meninas foram à Igreja rezar diante de Jesus Sacramentado.
Logo elas foram conduzidas à Sacristia, onde havia muitos sacerdotes e médicos,
que lhes fizeram muitas perguntas. Uns acreditavam e outros não. Passado um bom
espaço de tempo, Conchita olhou as suas pernas e chegou a lastimar, estavam
cheias de marcas vermelhas e roxas, feitas por pinças, unhas e dedos, com
beliscões e unhadas, mas não doíam. Eram os testes que faziam para verificar se
o êxtase dela era real ou uma farsa.
As
Aparições continuaram normalmente até o final do mês de junho.
O
ARCANJO ANUNCIA
No
sábado, 1º de julho, às 19:30 horas, o dia estava bem claro, pois no verão o
sol ainda não tinha se ocultado no horizonte. Muitas pessoas compareceram.
Nesse dia o Anjo conversou com as meninas e anunciou que no domingo, dia 2,
vinha Nossa Senhora do Carmo, e também, continuou trazendo o letreiro, que elas
não sabiam o que significava. As meninas insistiram para que ele explicasse de
que se tratava, mas o Arcanjo apenas lhes adiantou, que Nossa Senhora lhes
explicará tudo. Ele estava sempre sorridente e vestia uma túnica azul larga,
com as laterais em rosa claro, muito bonita, sua face era morena, nem larga e
nem redonda, com o nariz pequeno e elegante, olhos negros, mãos muito finas com
as unhas cortadas, mas os pés estavam ocultos. Terminada a Aparição, como das
vezes anteriores, as meninas foram levadas para a Igreja e interrogadas, e
sempre protegidas pelos jovens parentes e irmãos, que as resguardavam do
indiscreto e impulsivo entusiasmo das pessoas, que sempre queriam se aproximar
para conversar, fazer algum pedido e até para beijá-las.
PADRE
VALENTIM MARICHALAR
Ele
não duvidava que acontecessem as manifestações sobrenaturais, mas encontrava
muita resistência em outros Sacerdotes e até no senhor Bispo. Por essa razão,
ele rezou muito e suplicou à Virgem Maria que lhe desse uma prova, a fim de
poder neutralizar com maior resistência aquelas críticas e descrenças. Ele
descreve: “Naquele dia estava muito cansado e pensei: bom seria se Nossa
Senhora me iluminasse a mente, pois esta resistência dos outros está me
cansando. Então, pedi que se tudo aquilo fosse verdade, que as meninas viessem à
minha casa nesta mesma noite enquanto eu dormia, e me despertassem, e me dessem
a beijar o crucifixo. Depois, deitei e fui dormir. Lá pelas quatro horas da
madrugada, Mari Loli, em êxtase, acompanhada pelo escritor Sanchez Ventura e um
pequeno grupo de pessoas, bateram à porta de minha casa, me chamando. Quando
abri, Mari Loli sorrindo, em pleno êxtase, estendeu o seu braço com um
crucifixo e me ofereceu para beijá-lo”. Era a prova definitiva e
inquestionável, que a Mãe de Deus lhe proporcionou e que lhe confiou à certeza
de que as Aparições eram verídicas.
Padre Valentim Marichalar
Na
elaboração do processo canônico sobre as Aparições em Garabandal, o Padre
Valentim era o informante ideal, pois sempre estava no lugarejo, junto das
meninas. Mas infelizmente, somente em 1972 por ordem do senhor Bispo Dom Juan
Antonio del Val é que ele passou a ser reconhecido pela Comissão Diocesana que
pesquisava os acontecimentos Sobrenaturais. Foi ele quem batizou todas as
meninas videntes, que lhes ensinou o Catecismo e lhes preparou para a Primeira
Eucaristia, que tinha pleno conhecimento de suas famílias e que também assistiu
a muitos êxtases, interrogando-as minuciosamente em diversas oportunidades,
classificando os êxtases das meninas, como admiráveis manifestações diante da
realidade sobrenatural. Mas infelizmente, a Comissão Diocesana tinha outras
orientações.
NOSSA
SENHORA COMPARECEU
Domingo, dia 2 de julho
de 1961
As
meninas foram à Santa Missa pela manhã, e à tarde após o almoço, participaram
da reza do Terço na Igreja. A seguir foram em direção à estrada, pois esperavam
a chegada de uns parentes que haviam anunciado. Assim ficaram caminhando entre
Garabandal e Cosío, e como já eram muito conhecidas, pois foram fotografadas
varias vezes desde o início das Aparições, juntas e sozinhas, estando na estrada
entre Garabandal e Cosío, as pessoas que as viam, lhes faziam agrados
dando-lhes presentes: balas, bombons, bolo, etc. Todavia, como não encontraram
os parentes que esperavam, decidiram voltar ao povoado, pois já estavam
distantes. Pegaram uma carona com conhecidos até o povoado e de lá, caminharam
para a “Calleja”. Neste dia compareceram cerca de 10 a 11 Sacerdotes, um Abade,
vários médicos e havia muitos carros. Eram 18 horas quando chegaram ao local
preferido e logo se ajoelharam para rezar o Terço. Mas não houve tempo, porque
Nossa Senhora logo apareceu com um Anjo de cada lado, trajando vestimentas
iguais que os fazia parecer como gêmeos, sendo um deles São Miguel Arcanjo. Ao
lado do Anjo da direita, havia na altura de Nossa Senhora, um olho de grande
dimensão, parecia o Olho de Deus. A Virgem sempre carinhosa, deu espaço às
crianças, que conversaram muito com Ela. As meninas alegres e desembaraçadas
logo começaram a contar os seus “casos” a Nossa Senhora que ria muito com o
jeito e as palavras delas. Depois, ainda de joelhos, rezaram o Terço diante da
Mãe de Deus, e Ela, ia ensinando as crianças a rezá-lo de um modo melhor. Em
seguida Ela Se limitava apenas a acompanhá-las em silêncio e, somente rezava o
Glória à Trindade Santíssima. Terminado o Terço, a Virgem Se despediu das
meninas. As crianças suplicaram que Ela ficasse mais um pouquinho. Ela sorriu e
prometeu que voltaria na segunda-feira.
Primeira Aparição de Nossa Senhora
Felizes,
sorridentes e saudosas, ficaram se lamentando pela ausência de Nossa Mãe
Santíssima. Como sempre, algumas pessoas se aproximaram para beijar as meninas
e queriam saber o que Nossa Senhora tinha falado. Elas muito felizes por terem
vivido um momento tão especial, contaram tudo, inclusive que a Mãe de Deus ria
muito com as palavras delas, quando descrevia os seus afazeres e as coisas que
realizavam no dia a dia. Como sempre, muitos acreditaram e alguns não creram,
achando que era impossível a Virgem proceder assim! Estes, com certeza, se
esqueceram de que Ela é também a nossa Mãe.
A
seguir levaram as meninas para a Sacristia da Igreja onde estava o Reverendo
Padre Francisco Odriozola (Sacerdote da Diocese de Santander e Secretário da
Comissão Diocesana para apreciação e estudo das manifestações sobrenaturais que
aconteciam). Ele fez diversas perguntas a cada uma delas, individualmente, e
depois transmitia ao povo que estava na Igreja, as notícias da Aparição.
Descrevendo
esta Aparição, as meninas disseram que Nossa Senhora estava maravilhosamente
linda, com um vestido branco, longo, e um manto azul celeste, na cabeça uma
brilhante coroa de estrelas douradas e não se via os pés, os braços distendidos
com as mãos abertas, tendo um escapulário na mão direita (normalmente a Virgem
era representada com uma capa marrom, mas havia também imagens e fotos, com a
capa azul). A face da Virgem tinha o formato ligeiramente alongado, com a cor
morena clara, mais clara que a do Arcanjo, o nariz bem delicado, a boca
magistralmente delineada com os lábios ligeiramente grossos, uma voz rara com
um timbre agradabilíssimo, num conjunto harmonioso de uma beleza encantadora.
Assim as quatro meninas descreveram como a Mãe de Deus lhes apareceu.
Dia 3 de julho,
segunda-feira
As
meninas acordaram felizes, porque sem dúvida, seria outro dia maravilhoso, pois
teriam uma suprema e inigualável oportunidade de se encontrarem outra vez com a
Mãe de Deus e nossa Mãe. Fizeram os serviços caseiros e foram à Escola. A
Professora, senhora Serafina Gómez, abraçou e beijou cada uma, exclamando: “Que
sorte vocês tiveram”...
Também
na rua, por onde as crianças passavam, todos olhavam para elas com admiração e
amizade, pois elas tinham sido escolhidas para uma missão Divina.
Os
pais de Mari Loli (Maria Dolores) chamavam-se Ceferino Mazón e Júlia, assim
como seus irmãos e irmãs, também acreditavam que aconteciam as Aparições.
Também os pais de Jacinta, Simon e Maria, assim como todos os seus irmãos,
acreditavam nas manifestações sobrenaturais, e nas revelações das meninas. Na
verdade, aqueles acontecimentos fizeram um bem espiritual de valor incalculável
a todos eles. Os pais de Mari Cruz chamavam-se Escolástico González e Pilar.
Ela era a única filha. O pai não gostava de ir à Igreja. Às vezes, muito
raramente rezava às escondidas. Ele era indiferente às Aparições, mas
respeitava os acontecimentos.
Por
serem pessoas simples, de pouca instrução, essencialmente dedicadas ao duro
trabalho do campo, como veremos mais adiante, eles atravessaram muitos períodos
de dúvidas, que os levaram a proceder de maneira estranha em algumas ocasiões.
A
CHAMADA INTERIOR
Na
segunda-feira, foi um dia de grande alegria para as quatro meninas, pois era
muitíssimo especial. O dia inteiro elas permaneceram em suspense, ansiosas por chegar
o momento tão desejado. Foram à Escola à tarde e as aulas terminaram às 17
horas. Não quiseram esperar mais, de tanto que desejavam rever a Virgem Maria,
seguiram direto para a “Calleja”, não tiveram a paciência de esperar “aquele
sinal, ou seja, a chamada interior”, que sempre avisava os encontros, e, lá
chegando, de joelhos, iniciaram a reza do Terço. Desde o início das Aparições,
nas horas certas, as meninas recebiam uma espécie “de chamado”, uma voz
interior que só era captada pela mente delas, as convidava indicando à hora do
encontro na “Calleja”. Eram três chamadas que recebiam anunciando a vinda da Virgem,
as quais podem ser classificadas como três alegrias: a primeira era uma alegria
menor; a segunda uma alegria grande e a terceira era o máximo da alegria, que
deixava as meninas nervosas e impacientes. Por essa razão, quando acontecia o
primeiro sinal, elas ficavam de sobreaviso; no segundo sinal já seguiam direto
para a “Calleja”, pois lá acontecia o terceiro sinal e logo a seguir entravam
em êxtase e ocorria a manifestação sobrenatural. Esta providência fazia com
que, as meninas mesmo estando distantes uma das outras, por exemplo, em suas
casas, ao receberem o sinal, se deslocassem rapidamente para se encontrarem ao
mesmo tempo, no lugar escolhido. Isto só acontecia com as Aparições de Nossa
Senhora. Nas Aparições do Anjo as meninas não recebiam qualquer aviso.
Mas
neste dia, como estavam repletas de uma felicidade interior tão grande, não
esperaram os “chamados da alegria” e foram direto para o local, rezaram o Terço
mas a Virgem Maria não apareceu. Como era muito cedo, não estranharam a
ausência de Nossa Senhora porque sempre Ela vinha mais tarde. Por essa razão,
não ficaram tristes, voltaram para casa e fizeram todas as coisas que lhes mandaram
fazer.
Outro
fato interessante, é que desde o início das Aparições de Nossa Senhora, ficou
estabelecido que as pessoas davam objetos às meninas para a Mãe de Deus beijar.
No início eram pequenas lembranças e logo depois passou a objetos religiosos: estampas,
crucifixos, terços, bíblia, e a seguir, apareceram objetos diversos: alianças
matrimoniais, pequenas relíquias e fotografias.
Um
dia entregaram a uma das meninas uma pequena caixinha de comprimidos para Nossa
Senhora beijar. Pensaram que não seria correto porque não era um objeto
religioso, mas Nossa Senhora beijou. Terminado o êxtase, diante da admiração e
surpresa de alguns, Conchita falou: “A Virgem me disse que beijou esta caixinha
porque nela esteve Nosso Senhor”. O dono da caixinha vivamente impressionado
disse que era verdade, pois usou aquela caixinha durante a guerra, para levar a
Comunhão Eucarística aos enfermos.
Para
se compreender a hierarquia que as meninas estabeleceram em relação às visitas
da Virgem Maria e do Anjo, aconteceu esta passagem divertida. No dia 18 de junho
de 1965, um forasteiro entregou a Conchita um lindo terço para ser beijado pela
Aparição. Ela não quis receber o terço dizendo:
-
“O Anjo não beija”.
-
“E porque ele não beija”? Perguntou o forasteiro admirado.
Conchita
logo muito desembaraçada disse: - “Quem beija é a Virgem. Este assunto de
beijos o Anjo não entende”.
O
homem admirado, guardou o terço.
MARCHAS
EXTÁTICAS
Ainda
no domingo, dia 2 de julho de 1961, quando chegou o horário da visita da Virgem,
os pais lembraram as meninas, dizendo que já estava na hora de ir à “Calleja”.
E também, logo aconteceram os sinais. No segundo sinal elas foram ligeiras para
o “Cercado”, e não chegaram a rezar o Terço, porque Nossa Senhora logo apareceu
sorridente, com o Menino Jesus nos braços, também sorrindo muito. A primeira
palavra das meninas, repletas de alegria, foi perguntar pelo Arcanjo São Miguel
e pelo outro Anjo, que não vieram. Nossa Senhora riu muito da simplicidade e da
pureza das meninas. E conversaram muito sobre as coisas do cotidiano.
A
Aparição começou às 19:30 horas e terminou às 20:00 horas. Quando a Virgem
Maria se despediu, Ela falou assim:
-
“Ficai com Deus e Comigo também”.
As
crianças cheias de saudade disseram: “Adeus”.
Por
último Ela disse:
-
“Amanhã Me vereis outra vez”.
Dia 4 de julho de
1961
Foi
outro dia de uma maravilhosa expectativa. As meninas fizeram as atividades
normais do dia, realizando tudo o que os seus pais lhes mandaram fazer. Também
foram ao Colégio e depois se encaminharam à Igreja que estava cheia, com doze
Sacerdotes no altar, e logo se iniciou a reza do Terço. Ali elas receberam o
primeiro chamado. Quando terminou as orações só faltavam dois “avisos alegres”.
Então, como Conchita depois explicou, para cumprirem o horário e obedecerem
corretamente as “chamadas sobrenaturais”, aconteciam as “marchas em êxtase” ou “marchas
extáticas”, em que eram deslocadas rapidamente de onde estivessem para a “Calleja”,
como se tivessem rodinhas nos pés. O povo ia correndo atrás, enquanto alguns já
se encontravam lá, no local de costume. Em várias ocasiões as meninas
percorreram a estrada para os “Pinheirais” sob a ação destas Marchas. Elas não
se cansavam. Diziam que sentiam como se estivessem sentadas aguardando a
chegada da Mãe de Deus.
Marcha extática
PROVAS
DE QUE O SOBRENATURAL ESTÁ PRESENTE
Quando
o Arcanjo ou Nossa Senhora apareciam, as meninas entravam em completo êxtase,
suas atitudes denunciavam e não deixavam dúvidas de que existia uma força
superior que atuava sobre elas. Seus movimentos se tornavam absolutamente
iguais e cadenciados: inclinavam a cabeça para trás e fixavam o olhar no alto,
os sorrisos, os cumprimentos e a alegria interior estavam visivelmente
estampados no olhar e nas suas faces, revelando com evidência, que o
sobrenatural ali estava presente.
Também
havia as “Marchas Estáticas”, como já mencionamos, que se constituíam num
atestado vivo da presença Divina se manifestando através das meninas, e ainda,
acontecia em dezenas de oportunidades as “Quedas Estáticas”, nas quais as
meninas eram lançadas ao solo, mantendo o olhar fixo no alto e um sorriso
simpático e bonito, nos lábios, expressões vivas do admirável mistério que as
envolvia.
Queda extática
EXPLICAÇÃO
DO LETREIRO
Nossa
Senhora chegou como sempre, sorrindo e dizendo às meninas:
- “Vocês sabem o que
significa o letreiro que estava embaixo do Anjo”?
-
“Não, não sabemos”.
Então
Ela disse:
- “É uma Mensagem que
vou lhes explicar, para que a levem ao conhecimento do povo, no dia 18 de outubro
de 1961”:
“HAY
QUE HACER MUCHOS SACRIFICIOS, MUCHA PENITENCIA, VISITAR AL SANTISIMO, PERO
ANTES TENEMOS QUE SER MUY BUENOS Y SI NO LO HACEMOS NOS VENDRA UN CASTIGO. YA
SE ESTA LLENANDO LA COPA Y SI NO CAMBIAMOS NOS VENDRA UN CASTIGO MUY GRANDE”.
“Temos que fazer
muitos sacrifícios, muita penitência, visitar o Santíssimo, e também sermos
muito bons, caso contrário virá um Castigo. Já está enchendo a taça e, se não
nos convertermos nos virá um Castigo muito grande.”
Esta
Mensagem que foi divulgada no dia 18 de outubro, tem quatro partes importantes:
1ª
– Uma chamada à penitência.
2ª
– Uma chamada à fé e à vida eucarística.
3ª
– Uma chamada à conversão do coração e dos costumes (naturalmente aqui está
incluído, o convite ao cultivo do amor a Deus e ao próximo).
4ª
– O anúncio condicionado de um Castigo.
A
Aparição começou às 18:25 horas e terminou às 19:00 horas. Assim que a Virgem
Maria terminou a Mensagem, se despediu das crianças.
SEGUNDA
MENSAGEM
Quase
no final das Aparições, no ano de 1965, Nossa Senhora manifestou que não estava
satisfeita com a pouca atenção que o povo deu aos seus dizeres na primeira
Mensagem do dia 18 de outubro de 1961. Observou que as autoridades estavam mais
preocupadas em saber se as Aparições eram verdadeiras ou não, e as pessoas,
estavam interessadas em conseguir notícias, saber das novidades que aconteciam,
mas poucos levaram a sério as palavras da Virgem Maria e do Arcanjo São Miguel.
Por essa razão, Nossa Senhora transmitiu esta segunda Mensagem a Conchita, no
dia 18 de junho de 1965.
“COMO
NO SE HA CUMPLIDO Y NO SE HA DADO MUCHO A CONOCER MI MENSAJE DEL 18 DE OCTUBRE
DE 1961, OS DIRÉ QUE ESTE ES EL ÚLTIMO. ANTES LA COPA SE ESTABA LLENANDO, AHORA
ESTA REBOSANDO. LOS SACERDOTES, OBISPOS Y CARDENALES VAN MUCHOS POR EL CAMINO
DE LA PERDICIÓN Y CON ELLOS LLEVAN A MUCHAS MAS ALMAS. LA EUCARISTIA CADA VEZ
SE LE DA MENOS IMPORTANCIA. DEBÉIS EVITAR LA IRA DEL BUEN DIOS SOBRE VOSOTROS
CON VUESTROS ESFUERZOS. SI LE PEDIS PERDÓN CON ALMA SINCERA EL OS PERDONARÁ.
YO, VUESTRA MADRE, POR INTERCESIÓN DEL ANGEL SAN MIGUEL, OS QUIERO DECIR QUE OS
ENMENDÉIS. YA ESTÁIS EN LOS ÚLTIMOS AVISOS. OS QUIERO MUCHO Y NO QUIERO VUESTRA
CONDENACIÓN. PEDIDNOS SINCERAMENTE Y NOSOTROS OS LO DAREMOS. DEBÉIS
SACRIFICAROS MAS, PENSAD EN LA PASIÓN DE JESÚS.”
“Como
não se cumpriu e não foi suficientemente divulgada a Minha Mensagem do dia 18
de outubro de 1961, venho vos dizer que esta será a última. Antes a taça estava
enchendo, agora está transbordando. Muitos Sacerdotes, Bispos e Cardeais, estão
seguindo pelo caminho da perdição, e com eles vão seguindo muitas almas. À
Eucaristia se dá, cada vez menos importância. Devem evitar com todos os
esforços, a ira do Bom Deus sobre vós. Se pedirem perdão ao Senhor, com alma
sincera, Ele vos perdoará. Eu, Vossa Mãe, por intercessão do Arcanjo São
Miguel, venho lhes suplicar que vos emendeis. Já estão nos últimos avisos. Eu
vos amo e não quero a vossa condenação. Peçam com sinceridade e Nós vos
daremos. Devem se sacrificar mais, pensando na Paixão de Jesus”.
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