DIÁRIO
DE CONCHITA
MENSAGENS
DIVINAS
Para realçar os
acontecimentos, Conchita deu um salto na descrição do seu Diário, pulando para
o dia 18 de outubro.
A VISÃO
QUER EDUCAR AS MENINAS
Neste
dia, as meninas subiram a Estrada dos Pinheirais acompanhadas de todo pessoal
(do local e dos peregrinos) às 21:55 horas. A Comissão Diocesana decidiu que a
leitura da Mensagem não fosse feita na porta da Igreja como a Virgem Maria
pediu. As meninas obedeceram escrupulosamente à ordem da autoridade
eclesiástica, porque Nossa Senhora sempre lhes ensinava, “sejam obedientes”, a
obediência é um precioso e admirável dom Divino. E assim, elas aceitaram ler a
Mensagem na “Calleja”. Quando as meninas chegaram, lá estava o Padre Valentim.
Primeiro elas deram a Mensagem para ele ler e conhecer o assunto. Depois elas
quatro juntas, leram a Mensagem para o povo. Como tinha muita gente e não
ouviram com nitidez as palavras, um senhor com voz forte, leu novamente a
Mensagem para todos. Em seguida desceram para o “Cercado” e logo que se
ajoelharam, Nossa Senhora apareceu e lhes disse:
-
“Agora quem está duvidando é o Padre Ramón Maria Andreu, S. J”.
Conchita
ficou admirada porque o Padre Ramón e seu irmão Padre Luis María, também
Jesuíta, pela primeira vez subiu a Garabandal nos últimos dias do mês de julho
de 1961, e depois, voltou várias vezes para acompanhar as manifestações
sobrenaturais, sendo inclusive, testemunha de vários acontecimentos. Por esse
motivo Conchita estranhou a revelação da Virgem Maria.
Agora, voltando a
seguir o seu Diário, Conchita retornou ao mês de agosto de 1961, dando
continuação à sua exposição.
VIAGEM A
SANTANDER
No
início de Agosto, Conchita fez contato com o Padre Luis Luna, que era
aparentado com sua família, a fim de levá-la a Santander, pois tinha sido
convidada pelo senhor Bispo a visitá-lo. Na véspera deste fato, apareceu em
Garabandal um Padre com uma túnica totalmente branca e que chamou a atenção de
todos, porque nunca um religioso daquela Ordem havia estado lá.
Neste
dia, Aniceta, a mãe de Conchita, mandou a filha perguntar a Nossa Senhora, se
era conveniente que ela, Conchita, fosse a Santander.
Eram
seis horas da tarde e as meninas já caminhavam para o “Quadrado” (o reservado
que fizeram na “Calleja” para protegê-las), quando encontraram quatro
sacerdotes que lhes deram um pacote de caramelos. Enquanto estavam fazendo a
divisão das balas, sentiram o “segundo chamado”. Largaram o pacote para trás e “voaram”
para o local de costume. Assim que ajoelharam, Nossa Senhora apareceu. E como
elas estavam curiosas em saber que padre era aquele, vestido de branco,
perguntaram a Virgem Maria. Ela não respondeu, apenas sorriu. As meninas
curiosas insistiram, e então, Ela disse que era um Padre Dominicano.
Conchita
perguntou também se ela devia ir a Santander, a Virgem não disse que não. Na
verdade, em Santander, o povo estava convivendo com a dúvida sobre as
Aparições: uns afirmavam que era auto-sugestão por parte de Conchita e transmitida
às demais por eteroindução, também falavam em hipnotismo, em histeria, e sempre
que faziam alguma acusação, logo desencadeava outras hipóteses, reclamando a
necessidade da abertura de um interrogatório amplo sobre os fenômenos de
Garabandal, a fim de deixar aparecer à verdade. Por isso levaram Conchita para
esclarecer muitas ocorrências, sendo submetida a uma verdadeira prova.
No
primeiro dia em Santander, 27 de julho, no horário que sempre acontecia a
Manifestação Sobrenatural em Garabandal, Conchita entrou em êxtase junto à “Igreja
de La Consolación” e teve uma Aparição em Santander. Naquele mesmo horário, nos
“Pinheirais” em Garabandal, as outras três meninas também tiveram a Aparição e,
Nossa Senhora lhes disse, que naquele mesmo momento, Ela estava aparecendo a
Conchita em Santander. Posteriormente, Conchita contou que em Santander fizeram
muitas provas com ela, ou seja, tanto os médicos, como os sacerdotes, fizeram
testes de todos os modos, para ver se o êxtase em que ela estava, era verdadeiro
ou não.
Terminada
a Aparição levaram Conchita para a “Sacristia da Igreja da Consolación” e um
sacerdote e um médico lhe fizeram muitas e muitas perguntas. O sacerdote era o
Padre Francisco de Odriozola e o médico era Dr. Piñal. Eles falavam com ela:
-
“Como é que fazes estas coisas? Está louca? Porque engana o mundo desse modo”?
Depois
o Doutor disse:
-
“Fica firme e olha no meu nariz, que vou lhe hipnotizar”!
Quando
ele disse para ela olhar no nariz dele, Conchita não aguentou, ficou rindo, e
então ele zangou dizendo:
-
“Não rias, isto não é brincadeira, é coisa séria”.
E
assim terminou este dia. Conchita afirma que depois, não lhe fizeram mais
perguntas.
No
dia seguinte, em companhia de outros médicos, levaram a menina a um médico
chamado Dr. Morales, que também na sua sala tinha outros médicos. Ela foi
examinada e todos disseram a mesma coisa, que estava tudo bem e que as
Aparições eram um sonho. Que ela foi conduzida a Santander para se distrair, a
fim de esquecer tudo aquilo que havia passado e assim, não voltaria a ter mais
Aparições. A senhora Aniceta, mãe da menina, ficou tão convencida com a palavra
dos médicos, acreditando que tudo aquilo era uma fantasia da mente, deixou a
filha em Santander e regressou a Garabandal.
Umas
sobrinhas e uma irmã do Padre Odriozola, todos os dias iam à casa em que a
Conchita ficou hospedada, para levá-la a passear, também na praia, que ela
nunca tinha visto antes pois só conhecia o mar pelo nome. Como ela ia todos os
dias à praia a Virgem não lhe apareceu mais. E assim ficou, até que oito dias
depois, um senhor, Dom Emilio Del Valle Egocheaga interferiu, porque sentiu que
não era justo e nem correto proceder daquela maneira com uma menina tão
pequena, e por isso mandou avisar aos pais dela em Garabandal. Conchita disse
que guardará o nome desse homem por toda a sua vida, pelo grande favor que ele
lhe prestou. Sua mãe, veio buscá-la, e assim, depois de tudo, todos se portaram
bem com ela e terminou a sua visita a Santander com beijinhos e sorrisos.
Quando
chegou a Garabandal de regresso, muitos sacerdotes e diversas pessoas foram ao
encontro dela, com carinho e alegria, dizendo que a Loli e a Jacinta ouviram da
Aparição que ela estava retornando. Então, todos foram recebê-la.
A VOZ
NO GRAVADOR
No
dia 5 de agosto de 1961, Conchita e sua mãe, se encontraram com Maximina
González, que era madrinha da menina e estava toda assustada e lhes perguntou:
-
“Estão comentando que ouviram a voz da Virgem no gravador. Vocês souberam”?
-
“Que assunto é este”? Elas perguntaram.
Loli
e Jacinta que estavam chegando, inquiriram à senhora Maximina:
-
“Anda, fala o que é”?
Ela
então explicou que se ouviu na fita uma voz suave e meiga dizendo: “Não, não
falo”.
As
pessoas que estavam presentes, depois da gravação nos “Pinheirais”, dizia a
madrinha de Conchita, começaram a chorar muito emocionadas porque diziam terem
ouvido a voz da Virgem. Na verdade, o que aconteceu foi o seguinte: uma pessoa
tinha levado um gravador de pilhas e ensinou o seu funcionamento a Jacinta e a
Loli. As duas meninas ficaram admiradas, porque nunca tinham visto coisa igual.
Durante o êxtase gravaram as palavras ditas por elas mesmas e, depois, ligaram
a reprodução para ouvir. Mas logo em seguida entraram novamente em êxtase e,
uma das meninas, estava com o microfone na mão e o aparelho ligado na gravação.
Então ficou registrada a conversa delas com Nossa Senhora. Foi assim:
-
“Tem aqui um homem com um aparelho que grava tudo. Porque a Senhora não fala
alguma coisa, para que o povo ouça a Tua Voz? Não é por nós, é por eles, para
que creiam. Fala, diga algo para que creiam”...
Terminado
o êxtase, voltaram a ligar o gravador para as meninas escutarem o que haviam falado
com a Visão. Quando chegou o momento em que as meninas diziam as palavras: “Fala,
diga algo para que creiam”... A fita magnética acabou e neste mesmo momento
saiu do aparelho uma voz, que as testemunhas classificaram de “suavíssima e
doce”, dizendo:
-
“Não, não falo”.
E
a Loli e Jacinta que estavam presentes, exclamaram ao mesmo tempo:
-
“Ui! Parece a Voz da Virgem”!
Como
é evidente, a impressão causada nas pessoas que estavam próximas e ouviram a
admiração das meninas, foi muito grande. Davam-lhes tanta certeza, que uma
delas ao regressar ao povoado, disse:
-
“Morro hoje com a certeza de ter ouvido a voz da Virgem Maria”.
Como
conclusão deste acontecimento, dias posteriores, quando se colocou o gravador
para funcionar, não se ouvia mais a Voz da Virgem. Assim, qualquer
interpretação que se queira dar a esta ocorrência, tem como suporte a
assinatura de um documento por doze (12) testemunhas, que presenciaram o fato,
firmando a sua plena autenticidade.
DOIS
SACERDOTES JESUÍTAS
Descreve
Conchita, que nos dias que passou em Santander, apareceram dois Sacerdotes
Jesuítas: Padre Ramón María Andréu e o Padre Luis María Andréu, que estavam no
meio do povo nos “Pinheirais”, mas que também não acreditavam que ocorressem as
Manifestações Sobrenaturais. Na verdade, eles se portavam como a maioria das
pessoas que compareciam aos encontros, era levada mais pela curiosidade do que
pela fé. E muito embora, ela não estivesse nos “Pinheirais” neste dia, com as
outras meninas, Conchita testemunha o fato que aconteceu no dia 28 de Julho,
relatando o que ouviu de muitas pessoas que viram o acontecimento.
Padre Luis e Padre Ramón
Loli
e Jacinta, nos “Pinheirais”, em êxtase, receberam a Aparição de Nossa Senhora.
Os dois Padres estando presentes e ao lado das meninas, as observavam em
completo êxtase, e assim passaram a acreditar que a Virgem estava presente.
Principalmente quando passou um pequeno rato e as duas em êxtase nem viram e
nem se assustaram com o ratinho. Então Padre Ramón Maria pensou:
-
“Se tudo isto é verdade, que uma delas saia do êxtase, ou seja, que a Virgem se
oculte a ela”.
Imediatamente
a Visão se ocultou a Loli e ela saiu do êxtase. Loli olhou sorridente para o
sacerdote e aconteceu o seguinte diálogo. Ele perguntou:
-
“Você não vê a Virgem”?
-
“Não senhor. Porque Ela se ocultou”.
A
Jacinta continuava em êxtase. Então o Padre falou:
-
“Olha a Jacinta”.
Ela
olhou e sorriu vendo a amiga em êxtase. Era a primeira vez que uma menina via a
outra em êxtase. E o Padre então perguntou:
-
“E o que lhe disse a Virgem”?
Nesse
momento, ela entrou novamente em êxtase, inclinando a cabeça para cima, olhando
a Virgem. Não lhe respondeu mais nada. A seguir o Padre presenciou um “esclarecedor”
dialogo das Meninas entre si, em êxtase e com a Visão. A Jacinta perguntou a Loli:
-
“Porque você se foi”?
Loli
respondeu perguntando a Visão:
-
“Porque a Senhora se ocultou de mim”?
Houve
uma pausa, com um pequeno silêncio. A seguir as duas conversaram com a Virgem:
-
“Ah! Então é por isso! É para que ele creia”!
O
Padre Ramón que acompanhava tudo atentamente, percebeu, que aquela ocorrência
foi uma providência elaborada pela Virgem Maria, para fazê-lo crer.
CARINHO
DE NOSSA SENHORA
No
dia 8 de agosto as quatro meninas receberam a Visão, e tinha muita gente e,
entre elas, o Padre Luis María Andréu, um seminarista Andrés Pardo e o Padre
Dominicano Royo Marin. Era noite quando Nossa Senhora chegou. As meninas em
êxtase foram caminhando para os Pinheirais. Lá chegando, o Padre Luis María em
altos brados disse: “Milagre! Milagre! Milagre! Milagre!” E ficou olhando para
cima, como as meninas em êxtase faziam. Aqui se faz necessário uma explicação:
as meninas em êxtase não vêem nada, a não ser a Virgem Maria e elas mesmas,
umas às outras. As pessoas que assistem, como é natural só vêem as meninas em
êxtase. Como disse Conchita em seu Diário, a Mãe de Deus disse a elas, que
tinha aparecido ao Padre Luís Maria, e por isso, o motivo da exclamação dele. Nossa
Senhora mostrou-lhe também, por antecipação “O Grande Milagre”. Esta manifestação
da Virgem foi um prêmio ao Padre Luís Maria, que era um sacerdote exemplar e
digno de todos os encômios, sobretudo, ele verdadeiramente amava Deus e nossa Mãe
Santíssima.
“Milagre! Milagre! Milagre! Milagre!”
O
AVISO, O GRANDE MILAGRE, O CASTIGO
Antes
de acontecer “O Grande Milagre”, haverá “Um Aviso”. Numa carta de Conchita com
data do dia 2 de junho de 1965, ela aborda este acontecimento.
“Antes
do Grande Milagre, a Virgem Maria me disse no dia 1º de janeiro de 1965, que
haverá um “Aviso” para que o mundo se converta. Este “Aviso” é como um “Castigo
Suave”, que deve ser temido pelas pessoas boas e más. Aos bons deve soar como
um convite para ser mais amoroso e fiel a Deus. Para os maus, servirá para lhes
avisar de que virá um “Grande Castigo”, e que aquele será o último “Aviso” para
toda humanidade. O acontecimento é muito grande, não se pode dizer por carta,
em duas palavras. E também, ele não resgata nada daquilo que está para
acontecer, ou seja, que já está programado. É certo que o “Aviso” virá e
abrangerá o mundo inteiro. A humanidade compreenderá que ele, o “Aviso”, vem de
Deus. Eu não sei o dia e nem a data quando acontecerá”. (Conforme o Diário de
Conchita.)
Ela
acrescenta, que no “Aviso” veremos todo o mal que praticamos contra Deus
através de nossos pecados, que agravaram terrivelmente a Paixão de Nosso Senhor.
Depois
deste “Aviso” virá “O Grande Milagre” que Conchita menciona no seu Diário. Nossa
Senhora revelou-lhe a data deste extraordinário acontecimento e autorizou a
Conchita dizer em segredo esta data a sua mãe Aniceta e a duas pessoas em Roma.
E também, com oito (8) dias de antecedência, Conchita revelará ao mundo a
realização do “Grande Milagre”. Será uma ocorrência muito grande, vista em
Garabandal e sobre os montes que circundam a pequena cidade. Será numa
quinta-feira, coincidindo com a Festa de um Santo Mártir relacionado com a
Eucaristia. Também coincidirá com um grande acontecimento da Igreja. Este
acontecimento já teve lugar na existência da Igreja, mas não na vida de
Conchita. Será as 20:30 horas, que foi o horário da primeira Aparição em
Garabandal. Terá a duração de 10 a 15 minutos. Deixará um “Sinal” permanente na
Terra, que por si mesmo será um “Milagre Permanente”. Não serão necessários que
Conchita e nenhuma das outras três meninas estejam presentes ao Milagre, que Deus
fará por intercessão da Virgem Maria. Os enfermos que estiverem presentes se
curarão e os incrédulos recuperarão a fé. O Padre Pio e o Papa verão o Milagre,
desde onde estiverem. Depois deste “Grande Milagre”, se o mundo não se
converter, Deus enviará um “Grande Castigo”.
MORTE
DO PADRE LUIS MARÍA
Certo
dia estava as quatro meninas varrendo a Igreja, quando de repente, surgiu a mãe
da Jacinta, muito assustada, dizendo que o Padre Luis María Andréu tinha
morrido. As meninas pararam com a limpeza e comentaram: “Ontem ele esteve
conosco aqui”!
E
juntas com as outras pessoas, foram participar do sepultamento dele. Disseram
às pessoas que as últimas palavras do Padre foram:
-
“Hoje é o dia mais feliz da minha vida! Que Mãe carinhosa temos no Céu”! Depois
morreu.
(Este
Padre era professor de Teologia na Faculdade que a Companhia de Jesus tinha na
Província de Burgos, na Espanha. Tinha feito estudos em Oña (Espanha),
Innsbruck (Áustria) e em Roma (Itália). Quando morreu tinha 36 anos de idade.
Foi a Garabandal pela primeira vez nos últimos dias do mês de julho, como já
mencionamos, e voltou no dia 8 de agosto. Neste dia, o Padre Valentim lhe deu
as chaves da Igreja, pois teria que se ausentar de Garabandal. Na tarde do dia
8 de Agosto acompanhou um êxtase das quatro meninas que começou na Igreja.
Depois elas saíram numa “marcha extática” de longa duração. Paravam nos lugares
onde anteriormente tiveram Aparições e ali rezavam. O Padre Luis María seguiu
todo o êxtase das meninas. A seguir subiram para os “Pinheirais” e o Padre
também foi junto. Estando ali nos “Pinheirais” (Calleja ou Quadrado), o Padre
Luis María pela Vontade de Deus, também entrou no “Campo de Visão das meninas”.
Fato que já foi mencionado acima, quando vendo Nossa Senhora, ele exclamou
quatro vezes a palavra “Milagre”! Tinha a voz um tanto apagada semelhante a das
meninas, quando estavam em êxtase. E elas, depois descreveram como viram o
Padre Luis María seguindo os passos delas:
-
“Ele estava como se tivesse rodinhas nos pés, e o suor, corria caudaloso por
sua face. A Virgem Maria olhava ternamente para ele, como se dissesse: em breve
estarás Comigo”.
Um
Terço que o Padre Luis María deixou com Loli para a Virgem beijar, se perdeu na
montanha. O êxtase terminou na Igreja e Loli disse ao Padre:
-
“Perdi o seu Terço, mas a Virgem Maria me disse onde está. Vamos lá buscá-lo”.
Como
já passavam das 10 horas da noite, Julia, a mãe de Loli falou:
-
“Não agora. Melhor será amanhã com a luz do dia”.
E
o Padre Luis María concordou e disse:
-
“Sim! Melhor amanhã com a luz do dia. E você encontrando-o não dê a ninguém só
ao meu irmão, ainda que eu não esteja aqui, mas meu irmão estará”.
Assim
fez Loli no dia seguinte. Encontrou o Terço exatamente no lugar indicado por
Nossa Senhora. Guardou o Terço e entregou ao irmão dele, Padre Ramón.
A
morte do Padre ocorreu assim: nesta mesma noite, depois das 22 horas, o Padre
Luís Maria viajou de Garabandal a Cosío de Jeep. Ali esperou os que vinham a pé
pela estrada. Dentro do Jeep esperou até a uma hora da madrugada, quando chegou
o Padre Valentim. Este se aproximou do veiculo para lhe perguntar algo, e o
Padre Luís Maria disse:
-
“Padre Valentim, o que as meninas dizem é verdade, mas ainda não divulgue nada,
porque toda a prudência da Igreja nestes casos, deve ser a maior possível”.
(Esta
frase, Dom Valentim escreveu no seu diário, na mesma noite que teve a noticia
da morte do Padre Luis María.)
Ainda
na noite da ocorrência, na estrada de Cosío à Aguilar de Campo seguia uma
caravana com quatro veículos, e entre eles estava o Padre Luis María. No carro
em que viajava, haviam mais três pessoas. E o Padre Luis María conseguiu dormir
um pouco. Ao despertar, disse:
-
“Eu tive um sonho maravilhoso. Descansei bem, não estou nem um pouco cansado”.
Chegaram
a Reinosa às quatro horas da madrugada. Ali, todos os carros pararam à entrada
do povoado, onde tinha uma fonte de água. Desceram para beber um pouco,
enquanto o Padre Luis María permaneceu no carro com a porta aberta, pois não
estava com sede. E logo, ele foi rodeado pelas demais pessoas que lhe fizeram
perguntas sobre o que tinha visto. O Padre permaneceu em silêncio, com um
ligeiro sorriso na face. No momento de continuar o trajeto, o carro onde
viajava o Padre Luis María saiu em último lugar. Dentro do lugarejo,
conversando com as pessoas dentro do mesmo carro, o Padre Luis disse:
-
“Estou cheio de alegria! Que presente a Virgem me deu! Que sorte ter uma Mãe
assim no Céu! Não devemos ter medo da vida sobrenatural. As meninas nos têm
ensinado como devemos tratar a Virgem. Para mim já não existe mais dúvida. Por
que será que a Virgem nos escolheu? Hoje é o dia mais feliz da minha vida”. Assim
que falou estas palavras levantou a face para o Céu. Como ele não falava mais
nada, perguntaram:
-
“Padre, aconteceu alguma coisa”? Ele respondeu:
-
“Não, nada, foi um lindo sonho”. E dizendo isto abaixou a cabeça.
José
Salceda, o motorista virando o rosto para vê-lo, disse:
-
“Ai! O Padre está muito mal. Está apagando os seus olhos”!
Ali
mesmo tinha uma Clínica Oftalmológica. Mas nada se pode fazer, do que constatar
a autenticidade de sua morte. Não se conhecia nele nenhuma enfermidade. Morreu,
podemos dizer, como se estivesse dormindo. Tinha no rosto um leve sorriso de
felicidade. Entretanto, a história deste Padre e de Garabandal, não terminou
com a morte dele. As meninas falavam frequentemente com ele, conforme se pode
observar pelo “Diário de Conchita”. O mais surpreendente é que a Virgem Maria
comunicou a Conchita que no dia seguinte ao “Grande Milagre”, o corpo deste
Padre será exumado e aparecerá o seu “corpo incorrupto”. Conchita escreveu este
fato numa carta:
-
“No dia 18 de julho tive uma alocução interior e nela me foi dito que no dia
seguinte ao “Grande Milagre” irão tirar o Padre Luis María da tumba e seu corpo
estará incorrupto”.
A
mãe do Padre, 40 dias após o sepultamento do filho, no mês de outubro de 1961,
entrou na clausura da Ordem Religiosa da Visitação, em San Sebastian de
Garabandal tornando-se monja.
Passados
alguns dias da morte do Padre Luis María, a Santíssima Virgem Maria disse às
meninas que elas iam conversar com ele.
Perguntado
ao Padre Ramón Maria, irmão do Padre falecido, sobre as conversas do irmão
falecido com as meninas, ele disse que presenciou algumas, e que ficou surpreso
e agradecido a misericórdia infinita do Senhor.
Enterro do Padre Luis María
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